Queer Lisboa anuncia os primeiros títulos da sua 26ª edição

Publicado a 16/07/22

Fogo-Fátuo, nova longa-metragem de João Pedro Rodrigues, é o filme de abertura de uma edição que rende homenagem ao camp do Gay Girls Riding Club na Cinemateca Portuguesa
O Queer Lisboa anuncia o seu regresso às salas de cinema para a sua vigésima sexta edição, que terá lugar como habitualmente no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa, entre os dias 16 e 24 de Setembro, com as salas a funcionar novamente a 100% da sua capacidade. O festival anuncia agora os primeiros títulos do programa desta edição.  A abertura do festival ficará a cargo da última longa-metragem de João Pedro Rodrigues, Fogo-Fátuo, que teve a sua estreia na Quinzena dos Realizadores da passada edição do Festival de Cannes, e que desde então tem percorrido diversos festivais pelo mundo e já conheceu estreia comercial em França. Esta inusitada comédia erótica em formato musical atravessa alguns dos mitos fundadores do imaginário coletivo português, inscrevendo-lhes uma boa dose de sátira e fantasia. Nesta história, um jovem príncipe troca a corte por um quartel de bombeiros com a missão de libertar Portugal dos fogos que flagelam as suas terras, acabando por se apaixonar por um bombeiro negro que o acolhe. Temas tão díspares como as mudanças climáticas, a política republicana e a história colonial encontram neste filme ligações improváveis. 

Já para a sessão de encerramento o filme escolhido será Esther Newton Made Me Gay, da realizadora Jean Carlomusto, documentário sobre a vida de Esther Newton, importante antropóloga social, ativista lésbica, e precursora dos Estudos de Género e da Teoria Queer. Responsável por trazer uma nova abordagem que desafiou as convenções de género e sexualidade presentes nos métodos antropológicos, o seu impacto fez-se sentir, tanto nas esferas ligadas ao ativismo, como na academia. Em paralelo à história da sua vida, o filme oferece um olhar às vivências LGBTQI+ desde a década de 1950, acompanhando o movimento de libertação das mulheres, o feminismo lésbico, a cultura drag e a construção de uma identidade butch.

Notes on Camp: o Delírio Drag do Gay Girls Riding Club, uma incursão pelo universo “camp” através da obra cinematográfica do coletivo que dá título ao ciclo, formado em finais dos anos 1950 por um grupo de homens que se juntava aos domingos para andar a cavalo, e que começou a organizar festas drag (as Annual Halloween Balls), que persistiram até finais da década de 1980. No início da década de 1960, o coletivo começa a produzir filmes que são o “camp” na sua essência: paródias a clássicos de cinema de Hollywood.